terça-feira, 17 de março de 2009

As vantagens da gestão por competências

No decorrer da passada semana, foi colocado neste blog uma votação para a seguinte questão:"Na sua empresa é realizada uma gestão por competências?". O resultado desta votação foi bastante esclarecedor, 22% assume que na sua empresa é realizada uma gestão por competências, contra 78% no qual afirmam não existir uma gestão por competências. As razões podem ser variadas desde o medo de aplicar um modelo diferente do existente, medo da mudança, passando pelo facto de não existir qualquer percepção da necessidade de um modelo concreto de gestão.

Tendo em conta que a Gestão por Competências é muito mais do que uma forma de gerir, é uma filosofia de desenvolvimento de talentos nas organizações, o tema que irei falar esta semana prende-se com as principais vantagens e desafios, sendo que todos os factores que serão referidos conduzem a um principal e indispensável benefício, melhor por produtividade em melhores condições de trabalho.

Este tipo de gestão obriga a que exista uma descrição das competências necessárias para cada cargo existente na empresa, esta descrição é clara e inequívoca. Desta forma, cada colaborador e seu superior, sabem exactamente que tipos de competências necessitam de usar e em que circunstâncias as devem usar sem qualquer tipo de equívoco pois a descrição de competências é feita de forma clara e objectiva para todos, o que facilita a noção da função de cada um dentro da empresa e por um lado, permite uma maior fluidez de informação na cadeia hierárquica e, por outro lado, permite acrescentar mais valor ao produto ou serviço.

A gestão por competências também pode ter um papel importante na certificação de qualidade de prestação de produtos/serviços (na garantia de produtos e serviços com padrões de qualidade). Este tipo de certificação significa para um cliente que os nossos produtos/serviços independentemente de quando e em que quantidade forem pedidos/prestados possuem exactamente a mesma qualidade. No entanto para além dos processos que nos levam a ter um produto/serviço com a mesma qualidade hoje ou amanhã, devemos e temos que nos certificar que as competências que são aplicadas ao longo desse processo produtivo são sempre as mesmas e devemos conhecer que competências são essas, não se basta saber como se produz mas entender que competências levam a produzir . Desta forma, somente com este entendimento teremos sempre a possibilidade de garantir a 100% um sistema certificado pela qualidade. Não nos devemos focar apenas no processo produtivo mas também nas competências que produzem este processo.

Os processos de recrutamento e selecção por competências são dos mais eficazes, baseando-se nas competências (actuais e potenciais) que a empresa precisa, desta forma, este processo torna-se mais objectivo e consequentemente mais eficaz, diminuindo assim o turnover, diminuindo a necessidade de ajustes por formação e resulta numa melhor integração do colaborador.

A avaliação de desempenho também tem uma melhor aplicação se a empresa se basear em competências, desta forma durante uma avaliação de desempenho o avaliador e o avaliado discutem algo de concreto e que ambos sabem exactamente da mesma forma o que significa, um processo de avaliação claro torna-se mais justo e se todos sentem que é mais justo, torna-se mais eficaz pedagogicamente, facilitando também um entendimento claro sobre que tipo de formação (que oportunidades de desenvolvimento individual devemos promover para chegarmos exactamente ás competências necessárias).

Outro aspecto que sai reforçado no interior de uma empresa ao se aplicar uma gestão por competências é a motivação de cada colaborador. Cada colaborador ao sentir que as suas competências são tidas em conta e que a empresa tem como objectivo aproveita-las e melhora-las para que todos se sintam bem, o próprio colaborador irá sentir-se mais útil e consequentemente mais disponível para se aplicar e melhorar todas as suas competências.

Estes são os principais factores, mas muitos outros aspectos são afectados por uma boa gestão por competências e nas politicas de gestão de RH – na facilitação de processos de polivalência e mobilidade interna, na gestão de remunerações, na identificação de futuros líderes na organização. Este modelo desde o início obriga a que se tenha um conhecimento bem profundo das necessidades da empresa e onde e como se pode colmatar essas necessidades, essas competências que tornam a empresa única e competitiva no mercado.